30 de dezembro de 2013

REINICIADOS - TERI TERRY

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Corro.
Os punhos das ondas rasgam a areia enquanto forço pesadamente um pé à frente do outro. Escalo,
escorrego, repito o processo. Mais rápido. Olhos fixos nas dunas à minha frente. Não olhe para trás.
Não devo olhar. Respiração ofegante; inspira, expira; inspira, expira. Ainda assim eu corro.
Quando os pulmões estão prestes a entrar em combustão e o coração a explodir, uma estrela
carmesim na areia, tropeço.
Um homem retorna. Ergue-me e apressa-me.
Está chegando mais perto.
Não posso aguentar, e caio novamente. Não consigo mais correr.
Ele se ajoelha para me pegar e olha em meus olhos.
— Está na hora. Rápido, agora! Erga a parede.
Está perto.
Então eu a construo, tijolo a tijolo. Fileira a fileira. Uma torre alta, como a de Rapunzel, mas esta
não tem janela, nenhum lugar para jogar os meus cabelos.
Sem chance de resgate.
— Jamais esqueça quem você é! — ele grita, segura meus ombros com firmeza e me sacode com
força.
Um manto de terror suprime o mar. A areia. Suas palavras, as contusões em meus braços, a dor em
meu peito e pernas.
É aqui.

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