13 de julho de 2014

A CATASTRÓFICA HISTORIA DE NÓS DOIS-JESS ROTHENBERG

Causa mortis: coração partido. Às vésperas de completar 16 anos, Aubrie Eagan tem tudo que uma adolescente pode desejar. Ela vive em uma casa linda com os pais, o irmão caçula e um adorável cachorro na tranquila Half Monn Bay, na belíssima costa da Califórnia, faz parte da bem-sucedida equipe de mer-gulho de plataforma da Pacific Crest High School, tem um grupo de melhores amigas daquelas para toda a vida e está apaixonada pelo lindo Jacob Ficher, es-trela do time de atletismo da escola. Mas quando, no que deveria ser o jantar mais romântico de todos os tempos, ele diz para Brie as quatro palavras que ne-nhum garoto jamais deveria falar para a namorada – “Eu não te amo” –, o cora-ção da menina literalmente racha em duas partes. Em A catastrófica história de nós dois, a autora Jess Rothenberg traça com muita sensibilidade e humor a trajetória de Brie após a morte... e antes do destino final.
Morrer não foi uma experiência agradável para Brie. Afinal, seu coração partiu de verdade. Além do órgão em dois pedaços que seu pai, Daniel, um car-diologista de renome mundial, estuda obsessivamente na tentativa de entender como a filha morreu, dentro do peito da adolescente há um vazio penetrado apenas por uma dor imensa. Jacob era seu primeiro amor, o menino dos beijos mais deliciosos do mundo, a promessa de uma paixão perfeita, que não termina-ria como tantas outras histórias. Mas, como Brie logo aprende, a morte está longe de ser o fim. O lado de lá é bem parecido com o de cá e tem até sua pizzaria favo-rita, a Pedacinho do Céu, onde Brie costumava ir com a família e pode, agora,

passar a eternidade comendo sua pizza preferida. Mas a Pedacinho do Céu do além é diferente. Lá é um lugar onde outros mortos, todos jovens, ficam à espera de que algo aconteça, algo que nem eles sabem o que é.
Também é lá que Brie conhece Patrick, a alma penada residente, um garoto de 17 anos com um visual no melhor estilo Tom Cruise no filme Top gun, atraente, inteligente e irritante. Patrick dá a adolescente o manual M&E – Morto & Enterrado, com tudo que ela precisa saber sobre a nova fase, mas Brie não quer aceitar qualquer tipo de ajuda. A jovem está processando as diversas perdas que sofreu, sobretudo a vida que deixou para trás e a que deveria ter tido, e vivenci-ando a primeira das cinco etapas do luto: a negação, que será inevitavelmente seguida por raiva, barganha, tristeza e aceitação. E é esse caminho difícil, ponti-lhado por muitos erros e grandes descobertas, que o leitor é convidado a com-partilhar com Brie, dos mergulhos do topo da Golden Gate Bridge, em São Fran-cisco, caminho para os mortos visitarem o mundo dos vivos, ao horror ao ver sua família esfacelada, incapaz de lidar com a morte prematura da menina; da triste-za de não poder estar com Emma, Sadie e Tess, suas grandes amigas, à raiva que sente por Jacob, para ela o grande culpado pela situação em que se encontra.

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