11 de abril de 2015

MAZE RUNNER 4- ORDEM DE EXTERMINIO- JAMES DASHNER

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Teresa olhou para seu melhor amigo e pensou como seria esquecê-lo.
A princípio, parecia ser impossível, embora já tivesse visto o efeito do
Dissipador em dezenas de garotos antes de Thomas. Cabelos claros, olhos
penetrantes e um constante olhar contemplativo – como aquele garoto poderia se
transformar em alguém que não lhe fosse familiar? Como poderiam estar no
mesmo lugar e comentar a respeito de algum cheiro desagradável ou zombar de
alguém que tivesse um andar desengonçado nas proximidades? Como ela poderia
ficar diante dele e não tomar a iniciativa perante a chance de se comunicarem
telepaticamente?
Impossível.
E, no entanto, faltava apenas um dia.
Para ela. Para Thomas, era uma questão de minutos. Ele estava deitado na
mesa de cirurgia, os olhos fechados, o peito subindo e descendo em uma
respiração leve e regular. Já vestido com o uniforme obrigatório da Clareira,
parecia uma foto do passado – um menino como tantos outros, tirando o cochilo
habitual após um dia em uma escola comum, antes de as chamas solares e a
doença terem transformado o mundo em qualquer coisa, exceto algo comum.
Antes de a morte e a destruição tornarem necessário o roubo de crianças – e
também de suas lembranças – e o envio delas a um lugar tão assustador quanto o
Labirinto. Antes de se atribuir ao cérebro humano o nome de Zona de Conflito
Letal e ele precisar ser observado e estudado – tudo pelo bem da ciência e da
medicina.
Um médico e uma enfermeira haviam preparado Thomas e agora colocavam
uma máscara em seu rosto. Ouviram-se cliques, silvos e apitos; Teresa
observava enquanto os fios e os tubos de plástico deslizavam sobre a pele do
amigo e eram inseridos nos canais auditivos de Thomas; viu quando as mãos dele
se contraíram automaticamente nas laterais do corpo. De alguma maneira, devia
sentir dor, apesar das drogas, mas jamais se lembraria disso. A máquina iniciou
seu trabalho, extraindo imagens da memória de Thomas. Apagou sua mãe, seu
pai e toda a sua vida. Apagou Teresa….

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