Na escuridão, Hadrian pouco enxergava, mas podia ouvi-los: gravetos estalando, folhas
sendo amassadas e o roçar na relva. Havia mais de um, mais de três, e eles estavam se
aproximando.
— Nenhum dos dois se mova — ordenou uma voz áspera, vinda das sombras. — Nossas
flechas estão apontadas para as costas de vocês, e vamos derrubá-los nas selas se tentarem
fugir. — O indivíduo permanecia no breu da floresta, produzindo apenas um leve
movimento nos galhos desfolhados. — Só queremos diminuir um pouco o peso da carga de
vocês. Ninguém vai se machucar. Façam o que eu disser, e suas vidas serão poupadas. Se
não... as levaremos também.
Hadrian sentiu um vazio no estômago, sabendo que a culpa era dele. Olhou para Royce,
montado em sua égua cinzenta e suja, encapuzado, com o rosto escondido. A cabeça do
amigo estava curvada e balançava suavemente. Hadrian não precisava ver seu rosto para
saber a expressão estampada nele.
— Desculpe — disse ele.
Royce nada respondeu e apenas continuou sacudindo a cabeça...
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